Divisoes espaciais sao crueis

sex, 22/10/10
por Francisco Quinteiro Pires |
categoria Planeta Brasil


O fenômeno pode ser observado nos 21 Estados que conhecemos com o caminhão do Planeta Brasil. As cidades norte-americanas têm uma infalível divisão espacial pautada por critérios de raça e de nacionalidade. Todas elas têm o bairro dos brancos, o dos negros e o dos latinos. Eles não se misturam, no máximo se cruzam pela rua ou habitam, temporariamente, o mesmo local de trabalho. Em Chicago, essa separação é bem evidente, como mostram os bairros dos negros, ao sul, e os dos latinos, a oeste.

Na Windy City, os imigrantes também possuem lugares reservados, reprodutores de um país em miniatura, como observamos nas ruas dos gregos, dos poloneses, dos eslavos e dos italianos. Não acredito na democracia racial, termo inventado por certos intérpretes da obra de Gilberto Freyre (1900-1987), sociólogo pernambucano, autor de Casa Grande & Senzala. Segundo os seus defensores, o Brasil não possuiria racismo – pois é o país onde existem relações interraciais verdadeiras.

O preconceito existe, é um fato, mas ele não impede a miscigenação. Essa é a diferença crucial. O Brasil tem mulatos, os EUA não. Na terra do Tio Sam, branco anda com branco, negro se relaciona com negro. Mesmo correndo o risco de generalizar, essa constatação choca. Ela me obriga a pensar o Brasil sob outra perspectiva. E a concluir que essas divisões espaciais por raça e nacionalidade são portadoras de uma experiência cruel.

4 BRASILEIROS:

Mi disse...

graças a deus por aqui vejo bastante mistura. E olha que a Alemanha tem um passado obscuro quanto a miscigenação. Mas acho que por isso agora eles sao mais abertos as misturas. Todo mundo que me encontra e sabe que estou gravida diz: uau, vai ser um nenem lindo, a mistura perfeita. Espero que eles tenham razao hehe bjs!

Cristiane A. Fetter disse...

Pois é Mi, que bom que aí é assim. Aqui na área onde moro é claro a divisão racial. Aliás tenho um vizinho quase em frente que deixa claro não gostar de negros e quando a casa ao lado da dele foi posta a venda, ele torceu muito para que não fossem negros a vir morar aqui, já que ele tinha visto um casal visitando a casa.
Para mim, que como você é carioca, isso é inconcebível, nunca tivemos em nosso família nenhum tipo de preconceito racial, até porque temos negros, indios, portugueses, holandeses como ancestrais.
A cidade que moro é composta basicamente de descendentes de europeus e Coreanos que nos últimos tempos tem aumentado em muito a populaçào aqui.
Toda a mistura racial para mim é incrível, ainda mais morenas como nós que tem filhos de branquelos como nossos maridex, rs.
Eu também acho que vai nascer uma linda criança, principalmente porque já vai crescer sem esta pecha de preconceito.
bjks

Zilma disse...

Oi, Cristiane, muito bacana o seu texto, viu? O racismo, infelizmente, é uma triste realidade humana. Em menor ou maior grau ele está presente em todas as culturas. Então, é besteira dizer que no Brasil não existe preconceito racial. Existe, sim, e nós nos deparamos com ele com frequência. É mais sutil, porém não deixa de ser danoso. E por conta da miscigenação, às vezes ele já começa no seio da própria família. Bjs.

Cristiane A. Fetter disse...

Oi Zilma, olha só o texto não é meu não tá, eu o trouxe do blog do Planeta Brasil.
Eu conheci uma negra que dizia para todos, Eu prefiro apanhar do meu marido branco do que ser casada com um negro.
E era o que acontecia.
Não preciso dizer mais nada.
bjks